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13 grupos de Abaiara, Barbalha e Várzea Alegre participaram da procissão do fogaréu. (Fotos: Antonio Rodrigues/DN) |
Esta tradição popular com mais de 100 anos se mantém forte em Barbalha e se renova ao longo dos anos. A procissão é culminância da fé e demonstração das práticas destes grupos que fazem dos cânticos e do autoflagelo sua penitência. Com tochas nas mãos, os homens iluminam as vias da cidade.
Segundo o secretário de Cultura de Barbalha, Rômulo Sampaio, a importância dos penitentes é histórica e vem para lembrar o passado em que o surto de cólera afetou a população do Cariri. “Morreram muita gente. Então, o padre Ibiapina incentivou a criação dos grupos no Cariri que saiam cantando em cemitérios noite a dentro”, conta.
“Senhora Santana, cheia de alegria, nós somos devotos da virgem Maria”, cantam os Irmãos da Cruz, do sítio Cabeceiras. Mas não foi só em Barbalha, dos 13 grupos que participaram da procissão do fogaréu, haviam seis de Várzea Alegre e um de Abaiara. A manifestação popular se expandiu na região no final do Século XIX. Hoje, bisnetos e tataranetos continuam com a tradição.
Segundo o aposentado Epitácio dos Santos, que compõe os Irmãos da Cruz, hoje o grupo possui apenas nove componentes e sofreu com a morte de três líderes nos últimos anos. Mesmo assim, alguns garotos participam. Ele, por exemplo, se tornou penitente aos 12 anos de idade “Eu via e achava bonito, aí pedi pra andar também. Nesse tempo era escondido”, lembra. Hoje, o grupo participa das rezas de terço, renovações e velórios. “Pra mim, isso aqui é muita coisa. A gente anda sem medo de nada, porque é a fé que nós tem. Só em estar rezando, acho muito bom”, completa Epitácio.
Com informações do Diário do Nordeste
Procissão do fogaréu, em Barbalha, mantém viva tradição de penitentes
Reviewed by Ribamar Xavier
on
março 30, 2018
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