(Foto: Antônio Rodrigues/DN) |
Expansão
O projeto "Planejamento urbano e ambiental em Juazeiro do Norte: um caso de insustentabilidade", do Laboratório de Estudos Urbanos, Sustentabilidade e Políticas Públicas (Laurbs), da Universidade Federal do Cariri (UFCA), iniciou uma pesquisa sobre a falta de planejamento territorial no Município. Através de um levantamento quantitativo, a pesquisa catalogou 299 leis, entre os anos 2000 e 2018, que, de alguma forma, alteraram o Plano Diretor da cidade.
Uma das áreas que sofreu alteração foi exatamente esta onde está o loteamento Terra Santa, que fazia parte da ZE5 Área de Preservação da Serra do Catolé/Horto, uma das cinco zonas especiais previstas no plano diretor de Juazeiro do Norte, que deveria ter sido revisto há 10 anos. "A ocupação nestes locais tem que ser pensada, planejada", analisa o professor Diego Coelho, que coordena o estudo.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) instaurou diversos procedimentos acerca dos loteamentos irregulares em Juazeiro do Norte. "A falta de licenciamento é uma prática recorrente e isso gera problemas de ordem ambiental, segurança pública e para o consumidor", enfatiza a promotora Efigênia Coelho.
Embora exista a lei que regulamenta estes empreendimentos (Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979), as regras, principalmente de parcelamento do solo, não são cumpridas. "Isso (a investigação) não pode ser feita só pelo MPCE. Não temos o aparato técnico para coibir essas práticas. Precisa de técnicos, engenheiros, arquitetos, ambientalistas. Conseguimos com apoio das universidades, mas isso demanda muito tempo", admite Efigênia.
O superintendente da Amaju, Sidney Kal-rais, contudo, discorda da avaliação da promotora de Justiça. "Todos os loteamentos do Município são licenciados e fiscalizados", garante. Ele acrescenta que loteamentos até 100 mil hectares são de responsabilidade do Município. Acima de 100 mil hectares é de competência da Semace. Ainda segundo ele, atualmente, só o loteamento Terra Santa possui essa metragem, isto é, sendo de incumbência da Semace.
Irregularidades
Além das licenças vencidas, a empresa não tinha autorização para operar com explosivos, que só podem ser liberados mediante aprovação do Exército. O uso de artefatos foi comprovado pelo Corpo de Bombeiros, que encontrou indícios de que o estrondo foi causado por uso de explosivos. "Havia estilhaços de pedra em torno de um epicentro e o cheiro de queimado", constatou o capitão Arthur Graça.
A Polícia Federal também esteve no local para investigar o caso. "Em atividade com explosivos há uma série de regramentos, o horário, o tamanho, dentre outros", enfatiza o agente Cláudio Luz. Nesses casos, é necessário que o empreendimento emita três avisos sonoros, dados previamente à implosão. Além disso, deve ser feito um estudo para avaliar se a explosão irá afetar regiões próximas.
Com informações do Diário do Nordeste
Explosão evidencia falta de controle com loteamentos em Juazeiro
Reviewed by Ribamar Xavier
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março 10, 2020
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